EPISÓDIO
14 – A PRIMEIRA AMNÉSIA A GENTE NUNCA ESQUECE
- UMA VIOLENTA PANCADA NA CABEÇA FEZ NEGÃO
QUESTIONAR QUEM ELE É, PARA ONDE ELE VAI E POR QUE A NOVELA DAS 08:00 COMEÇA ÀS
09:00.
- A GIGANTESCA LEGIÃO DE FÃS DOS JACOHRANGERS
COMEÇA A SUSPEITAR QUE LOGO SURGIRÁ UM SEXTO INTEGRANTE NO GRUPO.
O QUE IRÁ ACONTECER?
- Quem sou eu? Onde está meu pé? Por que o céu
é azul? Por que a palavra “caipirinha” fica vindo à minha cabeça?
Negão estava com a visão turva e os pensamentos
embaralhados. Não conseguia se lembrar de nada. Não entendia por que estava
ali, não sabia por que um monstro horrível com um tridente batia sem parar em
quatro indivíduos com fantasias coloridas. Logo reparou que também estava com
uma daquelas roupas esquisitas, ficou com medo que a criatura decidisse bater
nele também e tentou correr. Mas estava desorientado e caiu sem sentidos.
Os Jacohrangers agonizavam. Estavam feridos
demais, ensangüentados e com seus trajes de combate bastante danificados. Suas
forças pareciam ter se esvaído. Apenas em quatro não era possível usar a
“bazuca sem nome”. A derrota parecia inevitável e só restava a eles gritar.
Gritar com Negão.
- Amigo, se você não consegue encontrar sua
verdadeira identidade em sua cabeça, procure-a em seu coração! – gritou Japa.
- Negão, tente se lembrar! Éramos amigos!
Enchíamos a cara juntos. Fazíamos amizade com seguranças de casas noturnas para
podermos nas semanas seguintes entrar lá de graça. Tente se lembrar, Negão! –
berrou Polaco.
- Negão, sempre te achei vulgar, e nunca gostei
da forma como você trata as mulheres. Mas agora os Jacohrangers precisam de
você! – bradou Paty.
- Amigo, você sempre foi um jovem infantil,
imaturo, irresponsável, que chegou à vida adulta agindo como um adolescente e
conduzindo sua vida de forma desregrada e inconseqüente! Por favor, recobre
logo a consciência e aproveite essa chance de, pelo menos uma vez na vida, ser
útil à sociedade e à raça humana como um todo! – pediu Ruivão.
Negão ouvia aquilo sem saber se era com ele que
falavam. Sua cabeça latejava e suas idéias estavam aparvalhadas. A consciência
ia e voltava, e até seu corpo parecia não responder aos comandos. Sentia a boca
seca e tinha uma vontade incontrolável de consumir bebida alcoólica. Mas não se
lembrava de quem era.
Os outros quatro Jacohrangers estavam sendo
massacrados. Logo morreriam, e, para evitar o pior, o vermelho decidiu tomar
medidas drásticas.
- Hei, monstro maligno, olhe lá em cima! Um
avião!
Krorquinto virou-se e olhou para o céu,
procurando avidamente pelo avião. Longos minutos se passaram, até que a
criatura entendeu que tinha sido enganada. Mas já era tarde: os Jacohrangers
haviam fugido, levando Negão desacordado com eles.
***
O monstro Krorquinto havia recuado. Estava
novamente nas profundezas de profundidade profundamente profunda do Império
Krar, onde todos comemoravam o bom trabalho por ele realizado. Tinha massacrado
os Jacohrangers, feito um deles perder a memória o obrigado todos eles a fugir.
A vitória definitiva era apenas questão de tempo.
- Vencemos! – o General Krer se rejubilava –
Logo teremos o controle total do planeta Terra.
- E por que não temos ainda? – perguntou o
Imperador Krar.
- Bem, meu Imperador, na verdade... Bem, os
Jacohrangers fugiram. E para destruí-los, precisamos que eles apareçam. Ou
seja, não nos resta nada, absolutamente nada a fazer, exceto ficarmos de braços
cruzados aguardando.
- Idiota! Por que não manda Krorquinto atacar a
cidade, assassinar pessoas inocentes e destruir casas? Isso certamente
obrigaria os Jacohrangers a aparecerem.
- Genial, meu Imperador! Eu jamais teria
pensado em um plano tão inteligente, original e surpreendente. Não é à toa que
o senhor é o futuro Imperador do universo.
- Execute logo o plano!
A destruição teria início.
***
Mestre Jacoh estava profundamente constrangido.
Há poucos minutos ele assistia um filme erótico (“Zé-bom-de-perna no país das
ninfomaníacas”), quando os Jacohrangers chegaram. Estavam cansados, feridos e
enfraquecidos, mas encontraram forças para debochar, gozar, ironizar, agredir verbalmente,
ridicularizar, constranger, ofender, achincalhar e enxovalhar seu mestre. Todas
as tentativas de mudar de assunto falharam. Não importava se Cidadopolislândia
estava em perigo, se Negão tinha perdido a memória, ou se o inimigo era
poderoso demais. A única coisa sobre a qual se falava era o filme pornográfico
do mestre Jacoh.
- E aí, mestre? É verdade que o senhor é
presidente do fã-clube do Kid Bengala? – ironizou Polaco.
- O senhor não tem competência para conseguir
uma mulher de verdade, mestre? – perguntou seriamente Paty.
- Com que freqüência o senhor faz isso, Mestre
Jacoh? Todas as vezes que a gente sai para combater o mal? – questionou Japa.
- Apesar de não lembrar quem sou, nem quem o
senhor é, gostaria de dizer HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! –
gargalhou Negão.
- Mestre Jacoh, todos nós aqui entendemos que o
senhor está em uma idade de transição, na qual seu corpo passa por muitas
transformações. Sabemos que o senhor está experimentando sensações que nunca
teve antes e que isso pode estar lhe gerando certa insegurança. Mas nada
justifica esse comportamento libertino e adolescente, Mestre! – disse Ruivão.
Negão ainda não tinha recuperado a memória, os
Jacohrangers ainda estavam terrivelmente feridos e o Mestre Jacoh ainda era
alvo de chacotas quando o alarme soou. Aparentemente, o terrível monstro
Krorquinto iniciara um violento ataque contra o povo de Cidadopolislândia.
- Japa, seu celular ultra-tecnológico não tem
nenhuma função “Curar amnésia dos amigos”? – perguntou Paty.
- Infelizmente, não! – ele respondeu
desapontado – Mas se o que fez Negão perder a memória foi uma violenta pancada
na cabeça, talvez outra pancada na cabeça possa fazê-lo recuperar a memória.
- Uma idéia tão inusitada que pode dar certo –
disse Ruivão. Em seguida o Jacohranger vermelho desferiu um poderoso soco no
amigo Negão.
Após alguns minutos desacordado (e com o alarme
soando), o Jacohranger preto recobrou a consciência. Tinha recuperado
totalmente a memória. Estava pronto para Jacohmbater o mal.
Embora muito cansados, feridos, e com certa
preguiça, os cinco heróis partiram para travar a batalha final com o monstro
Krorquinto.
***
O centro de Cidadopolislândia era puro pânico.
O poder destrutivo da criatura maligna tinha causado um grande estrago. Carros
foram destruídos, casas ardiam em chamas e pessoas agonizavam no chão sujo.
Krorquinto grunhia e urrava, como que se deleitando com o sofrimento daquele
povo.
Então chegaram os Jacohrangers. Emitindo suas
bravatas adolescentes, disfarçando a feiúra de seus trajes com poses ainda mais
constrangedoras e compensando a burrice com muita coragem e determinação. Não
traziam nas mãos suas armas, pois já sabiam que elas não surtiriam efeito
contra o terrível inimigo.
- Bazuca sem nome! – gritaram todos em
uníssono, convocando seu mais poderoso recurso.
Krorquinto subestimou o poder destrutivo da
bazuca e não tentou desviar da gigantesca quantidade de energia cósmica que
avançou velozmente até ele. Virou poeira alienígena, enquanto Paty dizia algo
como “Volte à forma humilde que merece”.
- Raio agigantador! – gritou uma voz oriunda de
outro mundo.
E Krorquinto foi reconstruído com dezenas de
metros de altura. Não tardou para que o Gigante Guerreiro Jacohlossal também
viesse, dando abrigo aos cinco heróis. Monstro e robô trocaram golpes. Os raios
vindos do tridente da besta mediram forças com o “Míssil Jacohlossal”. Chutes e
socos foram desferidos em todas as direções. Mas logo foi pronunciada a frase
que encerraria o confronto:
- Golpe Fatal Final Jacohlossal!
E Krorquinto foi derrotado definitivamente.
- HAVERÁ UM LIMITE PARA A DIVERSIDADE DE
FUNÇÕES QUE O CELULAR ULTRA-TECNOLÓGICO DE JAPA PODE TER?
- SE FOREM VERDADEIROS OS BOATOS DE QUE O
MESTRE JACOH TEM PÔSTERES DA ATRIZ QUE INTERPRETAVA A YELLOW FLASH SEMINUA, QUE
IMPACTO ISSO PODE TER NA HISTÓRIA?
NÃO PERCAM NO PRÓXIMO EPISÓDIO DE JACOHRANGERS
Pobre Mestre Jacoh... entendo o que é ser achincalhado por um bando de pupilos, embora não pelos mesmos motivos...
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